Terapias de vivências passadas – crenças ou vivências?

blog_15

Antes de entrar na questão da terapia regressiva, que responde à pergunta do título, vale pensar na frase de Mario Quintana: “O passado não reconhece o seu lugar: está sempre presente”.
As memórias, situações de imensa alegria ou de extremo desprazer estão arquivadas e impressas em cada célula dos nossos corpos.
O cérebro é capaz de armazenar informações de toda uma existência e, dependendo da carga afetiva que produz, desencadeia uma ciranda bioquímica que altera o funcionamento do sistema corporal, levando o indivíduo do paraíso ao inferno, sendo o inverso também verdadeiro.
Dito isto e pensando nas informações que a história do passado nos revela, mais especificamente o legado do considerado Pai da Medicina – Hipócrates de Cós (ilha da Grécia Antiga onde médicos e terapeutas atuavam, atendendo de forma personalizada o ser humano que adoeceu), constatamos que já naquela época Hipócrates consagrou-se pela habilidade em usar sua sabedoria com amor, interessando-se pela dinâmica da vida de seus pacientes e procurando entender, com base na visão holística, como cada ser/paciente se posicionava diante de sua própria existência. Da observação dos diversos e peculiares sintomas nasceu então o conceito e exercício das clínicas multidisciplinares.

O desequilíbrio era visto sem crendices. Consciente da importância da espiritualidade, Hipócrates afirmou que o adoecer se dava pela desarmonia do indivíduo com o cosmo. Esta ordem de raciocínio/diagnóstico comprova a existência de um ruído desagregador entre o corpo e a alma humana.
A alma necessita de um corpo, via natural de evolução, para se manifestar e se autoaprimorar, independente da escolha religiosa que o indivíduo tenha.
Hipócrates direcionava seus conhecimentos de forma científica, e não de forma supersticiosa, entendendo os humores corporais (bioquímica) e a personalidade. “Tuas forças naturais, as quais estão dentro de ti, serão as que curarão suas doenças”, afirmava ele.
Compreendendo os conceitos de Hipócrates, reporto-me às terapias regressivas, ou Terapias de Vida Passadas (TVP), tema desta matéria.
A hipnose desde a antiguidade era considerada misteriosa e, provavelmente pela desinformação das pessoas, era uma forma de impor uma espécie de poder sobre o outro.

Hoje, graças aos estudos sobre a técnica, posso dizer que a hipnose é uma das formas mais assertivas de o indivíduo se conectar com a própria força.

A hipnose não é o sono profundo, pelo contrário, é estar desperto em um estado em que todos os seus sentidos trabalham em conjunto. É uma verdadeira equipe que trabalha para favorecer o próprio indivíduo.
O terapeuta que utiliza desse recurso deve ter em mente que a hipnose facilita o cliente a manter o foco de atenção, ajudando-o a se concentrar em suas habilidades; habilidades essas que, futuramente, irão auxiliá-lo a encontrar a origem de suas dificuldades/desequilíbrios.
A hipnose não tira a consciência, ela é um dos recursos para a autoconsciência.
É importante que o profissional tenha conhecimentos de neuroanatomia funcional e transpessoal (estados modificados de consciência), o que lhe conferirá segurança em sua atuação.
Cada cliente é um universo e é preciso estar munido de diferentes recursos para auxiliá-lo.

O terapeuta, como já indicava Hipócrates, precisa se informar sobre como o cliente participa efetivamente da vida, encontrando com ele a maior dificuldade. Através da hipnose (transe leve-mediano) é possível acessar um arquivo com memórias onde a origem dessa dificuldade (o motivo que o levou até o consultório) possa ser encontrada e resignificada por ele com a consciência de suas habilidades internas. É a manifestação de seu “curador interno”.
E é simples explicar o “curador interno” se fizermos uma mera comparação com a tecnologia criada pela própria inteligência humana para a ciência da computação. Sabendo que existem nas máquinas as funções restart  ou “reparar configurações”, pergunto então: “Como o corpo e a mente humana, máquinas perfeitas em sua concepção, não teriam como acessar essas funções?” Ora, mas é claro que elas têm essa permissão de acesso! São acessos realizados através do curador interno de cada ser-corpo e alma.
Durante a terapia regressiva tudo é importante e carregado de conteúdo simbólico, independente do tempo em que esteja. O mais importante é o sentido que esse conteúdo tem na vida do Ser.
Estando o cliente rememorando sua adolescência, sua infância, sua vida intrauterina, um período entre vidas, outra vida, inimigos ou seres espirituais, nós, terapeutas, devemos respeitar e acolher essas memórias para serem trabalhadas na psicoterapia. O conteúdo é recheado de significados e, por consequência, de entendimentos que resultam em soluções para as mais inusitadas fontes de dor, desequilíbrios e doenças.
Desejo do corpo, aspiração da alma – esse é o conflito ao qual Hipócrates se referiu.
A terapia regressiva é um recurso da psicoterapia utilizado por profissionais habilitados, portanto, difere da terapia em si. Sendo assim, é importante ressaltar que acessar conteúdos sem trabalhá-los é acentuar um desequilíbrio.
Sabemos que o ser humano tem capacidade e habilidade de lembrar-se de fatos há muito tempo vivenciados. A memória é um recurso cognitivo que utiliza os sentidos para armazenar as experiências de toda a existência.
A terapia regressiva favorece ao Ser/paciente recordar e vivenciar fatos (muitas vezes registrados de forma distorcida), esgotando assim a tensão emocional desse núcleo de dor e dando um novo significado a ele. Trauma significa uma ferida aberta (dor emocional) infeccionada (carga afetiva intensa) que ao menor esbarro (gatilho) dói, levando a reações diversas e desproporcionais.
A terapia regressiva permite ao indivíduo higienizar sua ferida e curá-la com seus próprios recursos, recuperando a força despendida no momento traumático.
Sendo um trauma, uma ferida produz alterações funcionais.

No cérebro existem as amigadas (arquivos de momentos traumáticos) que armazenam a emoção vivenciada e sinalizam o perigo, enviando mensagem de sobrevivência. Assim, todo o conjunto cerebral envolvido se mobiliza para a proteção, dificultando a interpretação do evento. Quando há um gatilho, a carga emocional é acionada (sem a lembrança do fato), perdendo a capacidade de diferenciar o perigo. A atividade elétrica do cérebro é alterada, fica desordenada, produz irritação do funcionamento do hipocampo (autobiografia – história do indivíduo) e libera o hormônio do estresse. Logo, os dois lados do cérebro trabalham de maneira irregular, alterando o discernimento.

O terapeuta não é um juiz e sim um acolhedor dos conteúdos, que serão objeto da psicoterapia.

Como psicoterapeuta, utilizo várias ferramentas tais como a bioeletrografia, para verificar como está a energia gerada pelo cliente e os florais de Bach, para recuperar força e promover a homeostasia (recuperação da força vital). Recorro também aos conteúdos de sonhos para, depois, utilizar a terapia regressiva já com um endereço certo, sem dar voltas no passado.
A espiritualidade é uma condição do ser humano, a religião é uma escolha.

Estamos vivendo uma grande revolução científica e espiritual e nada pode ser ignorado, tudo precisa ser, no mínimo, observado.



Florais de Bach – um recurso na Psicoterapia

blog_14

“Não é necessário brigar com o que somos, e sim desenvolver virtudes opostas”.

Dr. Edward Bach

Minha hipótese de trabalho é baseada no poder de ressonância existente entre as essências florais e o ser humano no sistema de energias de ambos.
Em 1997, quando fotografei as essências florais do Dr. Bach, fiquei maravilhada ao constatar a energia vital impressa em cada gota, energias semelhantes às nossas (yin, yang, ki  ̶  força vital), também constatadas pelo mesmo sistema fotográfico, reconhecido cientificamente na Rússia.
Desde a realização das fotos, passei a pesquisar a atuação das essências florais no processo terapêutico.
As essências florais de Bach (objeto da minha pesquisa) atuam na recuperação da força vital, promovendo a homeostasia, que favorece a reconciliação das subpersonalidades (cápsulas de energias poderosas, muitas vezes confundidas com obsessão espiritual) que habitam em nossa consciência, gerando a “força” necessária para despertar o curador interno. O floral, quando empregado de forma adequada, possibilita ao cliente e ao terapeuta entender a origem do desequilíbrio.

As memórias (tanto de cunho extracerebral como de corpo astral-emocional) de vivências passadas, genético-ancestrais e espirituais são transportadas do inconsciente para o consciente através de sensações/impressões e sonhos. As sensações/impressões são uma ampliação da consciência, geradas por vários fatores como a mediunidade, os traumas de vida atual, da vida intrauterina, de intravida e seculares.
Os sonhos são resultado de conteúdos das várias almas (existências, personagens vividos, padrões) e pode-se dizer que é uma atuação do espírito enquanto se dorme.
Ao longo do tempo, através de relatos de clientes em meu consultório, pude observar que no sono REM (em que acontece o movimento rápido dos olhos e há intensa atividade cerebral, como se a pessoa estivesse acordada, mas com tônus muscular diminuído), havia a sensação de estar vivendo aquele sonho de maneira tão lúcida, com carga emocional tão intensa, que comecei a explorar aspectos como pensamentos, sentimentos, emoções e sensações. Isso tudo, além de tempos remotos, lugares desconhecidos, pessoas desconhecidas, mas ao mesmo tempo habituais, condutas parecidas em contextos diferentes, fazia muito sentido dentro da busca pela origem do desequilíbrio. Passamos, assim, a explorar com mais intensidade e a adequar o floral às necessidades expressas durante o sono.
O sono do meu cliente, dentro do processo terapêutico, é de suma importância. Sem um sono tranquilo não há como recuperar a energia vital empregada nas atividades diárias. Durante o sono há atividades fisiológicas, produção de hormônios e de outras substâncias químicas necessárias para a manutenção do corpo humano, merecendo, portanto, atenção especial. Sendo assim, é necessário que o cliente durma bem. Quando isso não acontece, ficamos como uma flor murcha: sem vitalidade (veja a bioeletrografia abaixo, no final).
Aproveitamos o sono para trazer à consciência memórias necessárias para o processo de cura/transformação. Brinco assim com meu cliente: enquanto ele dorme, trabalha por si mesmo.
Buscamos (sim, buscamos, é uma parceria) nos conteúdos oníricos, informações sobre as necessidades de sua alma, as dificuldades, tendências, e intolerâncias que se repetem. O cliente identifica aquelas forças (subpersonalidades) como grandes aliadas em seu processo de cura.
Muitas pessoas encontram dificuldades nas relações pessoais, familiares, afetivas, profissionais e espirituais por estarem “espalhadas” (até mesmo dissociadas) e não conseguirem fazer a síntese de suas energias (forças), algo muito comum nas pessoas que sofrem algum tipo de trauma ou possuem um grau de percepção ampliada e não refinada.
Os florais contribuem levando luz para que, no processo terapêutico, haja uma desidentificação com a parte que está em conflito (na sombra). Os florais de Bach são gotas de luz que adentram a escuridão da alma; sem o direcionamento psicoterapêutico, a transformação, ou seja, o desenvolvimento das virtudes opostas, segundo Dr. Bach, pode ficar comprometido.
Conhecer-se tem o propósito de transformar aquilo que não é mais necessário e focar nas habilidades conquistadas ao longo dos tempos.



Fibromialgia: temperamento forte? Parte II

blog_13

“Não sei dizer como é um homem que desfrute de completa autorrealização porque nunca vi nenhum. Antes de buscar a perfeição, devemos viver o homem comum, sem automutilação.”

C. G. Jung

Escolhi o termo ‘temperamento’ como hipótese de minhas pesquisas em padrão de fibromialgia com bioeletrografia por entender que as características individuais são um fator determinante na recepção dos estímulos emocionais, expressos de forma exacerbada.

Observando as fotos geradas, percebe-se que o cliente possui uma predisposição orgânica que favorece o sequestro de campos eletromagnéticos externos. De acordo com o Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, há uma constituição fisiológica da glândula pineal, incrustada de cristais de apatita, que reage ao menor estímulo de luz, temperatura e outras vibrações. Isso ocorre com mais facilidade em algumas pessoas, existindo a possibilidade de, através desse estímulo, despertar memórias profundas sem que o cliente tenha uma lembrança consciente disso, apenas das sensações e das impressões. Tais sensações e emoções se traduzem em uma desorganização bioquímica, trazendo transtornos de toda sorte.

O temperamento é a constituição básica, o que me faz pensar em predisposição genética e espiritual. Observo que meus clientes fibromiálgicos (diagnosticados por médicos) vêm de famílias exigentes, controladoras, perfeccionistas e exageradamente preocupadas com a imagem como forma de corresponder às exigências de outrem e às suas próprias. Falo aqui de uma estrutura construída para manter as exigências muitas vezes impostas e não conscientemente escolhidas: herança.

Já a predisposição orgânica favorece o “sentir” da alma que grita por transformação, pedindo aceitação.

Não existe bom ou mau temperamento. Um temperamento forte pode ser expresso em forma de conquistas em vários aspectos da vida, direcionando esta energia para toda a organização: pensamento, sentimento, emoção e ação.

A compreensão de que existe um “material” inconsciente acionado por um gatilho que desperta o padrão, que chamamos de caráter, favorece a autotransformação. Penso em Jung: “O que não enfrentamos em nós mesmos encontraremos como destino.”

Nem todos os que vêm de uma família rígida desenvolvem a fibromialgia. Entretanto, todos os fibromiálgicos têm, mesmo que de forma “disfarçada”, um histórico de rigor excessivo, com sobrecarga de responsabilidades ilusórias, o que se reflete na autoexigência, no controle e na preocupação excessiva.
Apresentação de caso: clique aqui



Fibromialgia: temperamento forte?

blog_12

“O segredo da saúde da mente e do corpo está em não lamentar o passado, em não se afligir com o futuro e em não antecipar preocupações; mas está no viver sabiamente e seriamente o presente momento.”

Buda

A visão do homem, além do corpo físico, me fez pensar na dor relatada pelas pessoas portadoras de fibromialgia.

Quando o primeiro cliente apareceu em meu consultório com esse diagnóstico, fiz a entrevista e algo em especial me chamou a atenção.  “Ninguém entende a minha dor, acham que eu exagero”, disse a cliente. Então, resolvi fazer a bioeletrografia (sistema fotográfico especial que permite ao terapeuta avaliar o processo psicobiodinâmico  ̶  energia vital e fluxo de energia  ̶  registrando em foto a ionização de gases, vapores e outros fluídos específicos, resultantes do metabolismo celular, emanados das células através da pele, mais precisamente, da ponta dos dedos). Isso foi em 2004.
O filme levou alguns dias para ser revelado, e as fotos não apresentavam nenhum sinal de dor (a bioeletrografia é capaz de registrar a dor física). Fiquei intrigada, já que a cliente estava, efetivamente, com crise de dor e desesperada. Isso era visível, pois tinha os olhos cheios de lágrimas.
Busquei informar-me para saber mais sobre a fibromialgia. E todos os sintomas característicos, pela visão da psicossomática, levaram-me a pensar se tratar de temperamento forte.

A partir de 2004, outros clientes com o mesmo diagnóstico foram aparecendo no consultório. Resolvi, então, fotografar o fluxo de energia produzido por essas pessoas. Tive uma grande surpresa ao notar que as fotos eram todas muito semelhantes. Era, no mínimo, algo curioso!
Realizei algumas fotos de clientes fibromiálgicos para um médico de um grande hospital em São Paulo e o padrão era o mesmo.
Iniciei o tratamento dos meus clientes com os florais de Bach, em nível profundo de consciência, em busca da causa das dores, como faço há 15 anos. O sofrimento sempre tem um sentido, uma mensagem. E, em parceria com os clientes, trilhamos o caminho até o ponto original da dor.
O relato de sonhos e percepções foram fundamentais para a prescrição correta dos florais. Eu precisava da autorização do cliente para acessar sua memória, cujo sintoma era a dor. E, através da TVP, chegamos à origem provável.

Eu sempre inicio o trabalho fazendo uso de florais. Eles iluminam a escuridão da alma e permitem que o cliente resgate a sua capacidade de cura para, a partir daí, superar o medo de perder o controle.
Nada é por milagre! Os instrumentos de cura estão dentro de cada um, de acordo com suas necessidades. Os florais iluminam a casa do curador interno, onde está a chave que abre a porta certa do inconsciente, trazendo para o consciente o porquê da experiência da dor.

Quando o cliente tem a percepção de seu “caráter”, ou seja, do padrão que se traduz em comportamentos de autocobrança, preocupações excessivas, controle, rigidez mental, dentre outros, consegue amadurecer a emoção, levando compreensão às memórias celulares.

As histórias dos clientes não são iguais, mas a forma de expressão na atual vivência é. Portanto, trabalho com a hipótese de a dor estar no corpo emocional e não no corpo físico, uma vez que o material celular registrado nas fotos se altera durante o processo de psicoterapia, com o auxilio das ferramentas utilizadas pelo terapeuta.
Com a intenção de compartilhar com você e, de alguma forma, contribuir para o seu conhecimento, ilustro o texto com registros fotográficos de fibromiálgicos diagnosticados por médicos. O trabalho está sendo preparado em PowerPoint e tem aproximadamente 6.7 MB. Clique aqui para o download.



Encontro com o sagrado

blog_11

“A gente todos os dias arruma os cabelos: por que não o coração?”Provérbio chinês

Todos os dias pela manhã recebemos informações sobre autoajuda vindas de diversos meios de comunicação: através da leitura de um livro, de um programa de televisão, de um programa na rádio, de uma matéria lida na internet ou no jornal, de revistas, de conversas corriqueiras etc… Entretanto, apegamo-nos a repetições que geralmente não condizem com a nossa crença.
O sistema de crenças é tão enraizado que não nos damos conta de que ele existe e passamos a repetir frases feitas de maneira automática, acreditando que isso irá mudar a nossa vida. Mas nada muda, tudo continua igual.
Certa vez, um cliente questionou o porquê de isso acontecer. Relatou ter lido diversos livros de autoajuda, posto em prática todas as técnicas possíveis, assistido a vários filmes e a contribuição disso tudo foi ter se tornado uma pessoa ainda mais insatisfeita.

É importante esclarecer que os livros de autoajuda são ferramentas magníficas quando se sabe exatamente qual o sujeito a que se destinam. Mas como ajudar alguém que não se conhece?O autoconhecimento deve anteceder a autoajuda. Dessa forma, é possível conhecer as necessidades, as habilidades, os desejos e as dificuldades de quem precisa ser ajudado. Só assim a autoajuda faz sentido.
Conhecer-se é despertar o sagrado que há dentro de si. E o sagrado independe de crenças religiosas. O despertar do sagrado é a fé que se traduz em confiança em si e no fluxo da vida. Quanto maior for a disponibilidade de olhar para dentro, mais eficazes tornam-se as habilidades divinas impressas no Ser.Os pensamentos, as emoções e as sensações influenciam as células do corpo e agem diretamente na formação das crenças, que respondem a qualquer comando contrário.
Sufocados, viciados por velhos padrões e velhas crenças, nos colocamos como vítimas de nossas próprias armadilhas. Vivemos em guerra com as informações que obtemos e com medo do desconhecido. Geralmente, vivemos uma dicotomia: contradição e ambiguidade. Um exemplo disso é a vontade de se afastar das pessoas e viver de forma isolada, mas temer a solidão.Quanto mais reviramos arquivos sem olhar de fato para o que já está lá, mais amarras criamos. E isso favorece a vontade de desistir.

Entretanto, a consciência pede para “arrumemos” o coração, onde o verdadeiro EU habita. O coração é o primeiro órgão do corpo humano a ser formado e é nele se encontram as mensagens para esta encarnação. “Arrumar” o coração e fazer contato com o sagrado é aproveitar a existência sem desperdícios. E na medida em que nos permitimos conhecer, torna-se possível o indivíduo que nos coloca frente ao sagrado, onde a vida é plena.
O sentido do sagrado na vida possibilita e potencializa a renovação, a transformação e a realização. Em algum momento, o autoconhecimento e a autotranscedência nos convidam para conhecer o desconhecido (o inconsciente) e buscar novos horizontes… Esse é o processo de evolução espiritual.
Como iniciar um processo de autoconhecimento? Simples: comece por observar-se quando for contrariado. Como reage? Quais são os pensamentos, emoções e sensações no momento? Que impressão você tem da situação? Sua reação é proporcional ao fato?
Coloque-se como observador de si e perceberá que vários “EUS” habitam dentro de você. Conhecer, harmonizar e integrar as diversas energias (subpersonalidades) favorece o autoconhecimento, o encontro com seu EU divino e o caminho para a felicidade.
O que você entende por felicidade?



Aquarela, o Palhaço Medroso

05_05

O primeiro livro infantil da pedagoga Marta Moreira Mendes narra em linguagem imaginativa e divertida a história de Aquarela, um palhaço que se esconde por ter medo do escuro. 

32 páginas coloridas, ilustradas com fotos e muita brincadeira, contam as travessuras da menina Júlia e do amigo Enzo. Entre as caixas de brinquedos, um mundo infantil de fantasia e diversão, eles ouvem o choro tímido e amedrontado do palhaço Aquarela. Apesar do nome, o boneco de pano não tem cor, vive apagado, escondido atrás do medo.

Ao longo da narrativa o palhacinho aprende a confiar nos novos amigos e ganha voz para contar às crianças o motivo de tanta apreensão: Aquarela tem pavor do escuro! Com o jeitinho e sensibilidade infantis para solucionar problemas, Júlia e Enzo vão tentar descobrir formas de curar o medo do palhaço. Brincando, Aquarela vê sua vida se transformar. Deixa o medo de lado e entende a importância de fazer novos amigos e de confiar em si mesmo.

Tanto os pais mais atentos quanto terapeutas sabem: medo do escuro é uma queixa constante das crianças. Os pequenos sempre reclamam do temor de fantasmas. Quando mal resolvidas, as queixas crescem junto com os menores, que acabam se tornando adultos inseguros de suas próprias escolhas.

A fábula infantil que brilha no escuro trata com texto simples, leve e delicado de uma questão complexa para pais e filhos, adultos e crianças: o medo do presente e do futuro. É uma maneira divertida e lúdica de organizar as forças internas em benefício próprio. A proposta do livro é equilibrar imaginação ativa, determinação, confiança, esperança, saúde. Estimular esses sentimentos dentro de cada um para libertar e transformar realidades.



Por que um terapeuta? (TVP)

blog_08

“Depois de certa altura, a gente traz o cadáver do passado amarrado ao pé. Ou, ao coração. É um cadáver muito sensível. Se o tocam, exala lembranças pelos poros.” Otto Lara Resende – professor, jornalista e escritor (1922-1992)
A vida acontece em um processo crescente, rumo ao aprimoramento pessoal. Tal processo é, muitas vezes, solitário. Decidir-se pelo apoio, neste momento, favorece a autoconsciência.
Crescer representa desapegar-se daquilo que para esta nova alma (espírito reencarnado) não é mais adequado. Então, através da centelha divina presente em cada Ser, o passado se revela com a função de libertação. 
O que não é mais adequado a esta nova existência, como os padrões de comportamento, começa a se tornar “inflamado” material, emocional, físico e espiritualmente e, se mal compreendido, dificulta o processo de autorrealização.
O fator pensar e sentir em desarmonia promove o conflito, sendo este uma mobilização bioquímica para que haja ação. Quando desarmônicos, o pensamento e o sentimento entram em conflito. Este conflito é o causador do que chamamos de mobilização bioquímica.

A mobilização bioquímica é a ação dos hormônios (do grego hormon = incitar). Sendo assim, essa reação age intensamente e provoca a transformação do que necessita ser modificado.  Mas nem sempre existe a compreensão dos fatos, o que favorece a resistência e a permanência na zona de conforto, postergando o sofrimento.  É comum dizer, na tentativa de se convencer, que é um carma (ato x consequência) e que Deus quer assim. Terrível engano!

As investidas do presente e os mecanismos de disparo são o grande chamado do passado, que transmite as lembranças exigindo autoconsciência. Deus proporciona diversos recursos para que o homem se liberte e se desprenda das amarras autoimpostas. Portanto, carma é sinônimo de aprendizado, de oportunidade.

No consultório, observo que cada um cria um mecanismo de sobrevivência, transformando o seu mundo interno e externo em um verdadeiro caos. Por conveniência, muitos aceitam o carma sem questionamentos. Outros aproveitam para se perguntar: “por que/para quê que estou vivendo isso?”. Outros, ainda, por medo, permanecem frustrados e amargurados por toda uma existência. Mas o verdadeiro sentido do carma não é o de sofrimento e, sim, o de se libertar dele.

O psicoterapeuta possui um papel fundamental na organização dos pensamentos, dos sentimentos, das emoções e das sensações que tal carma produz. Por isso é importante ter uma experiência mais profunda como a TVP (Terapia de Vivências Passadas). Caso contrário, se não houver a parceria terapeuta/cliente na busca da organização, corre-se o risco de a experiência ser repleta de conteúdos coletivos, genealógicos (ancestrais) e até mesmo obsessivos, que podem assumir a postura do terapeuta, confundindo ambos. O conteúdo obsessor associa-se ao padrão vibratório secular – o caráter –, padrão de comportamento perpetuado. É através do padrão vibratório que os desafetos do passado se aproximam das experiências do hoje.

Como psicoterapeuta, acredito no comprometimento do cliente no processo de autoconhecimento que o levará a transcender os seus limites e alcançar a autorrealização.

Na TVP, o terapeuta auxilia o cliente a reconhecer, a redescobrir o potencial divino disponível dentro dele e a promover a autolibertação, saindo da zona de conforto (tão sofrida), em busca de uma nova qualidade de vida. Todos têm direito a felicidade, que implica tão somente em estar em paz consigo mesmo.
Ter acesso ao passado, caminhar pelas existências anteriores, requer disposição para reformular o presente, livre de especulações. Integração do passado com o presente exige diferentes ajustes que agem de maneiras distintas, no próprio tempo, ampliando a consciência e entendendo o verdadeiro sentido da vida.
O ser humano possui um EU transpessoal que, em diferentes níveis, desperta para expressar o amor e a vontade de DEUS.

Escolha ser feliz, isso é saúde!

Texto revisado por Juliana Alexandrino

 



A Ciranda Bioquímica II

 

blog_07a

“A felicidade não é uma estação ao qual chegamos, mas sim a forma de viajar”. (Margareth Lee Runbeck)

A bioeletrografia é uma técnica que permite ao terapeuta avaliar a energia vital e fluxo dinâmico de seu paciente através do registro da ionização de gases, vapores e outros fluídos específicos emanados das células da pele. Além de motivar o cliente, a técnica permite que o terapeuta avalie e estude o caso, proporcionando o amadurecimento emocional e a mudança de padrão vibratório do cliente. De acordo com Piaget, “os fenômenos humanos são biológicos em suas raízes, sociais em seus fins e mentais em seus meios”.

Emoções, quando mal compreendidas, geram comportamentos incertos: medo, angústia, insegurança, depressão, ciúme, inveja e tantos outros comportamentos que acarretam na construção de doenças psicossomáticas e desorganizam a energia produzida pelo padrão de pensamentos e sentimentos desarmônicos.

Sabe-se que a química gerada pelos pensamentos e emoções impregnam as células. O cliente, muitas vezes, tem dificuldade e resistência em fazer mudanças. Como conscientizar o cliente sobre o perdão, sem valer-se da religião, do misticismo e da imaginação?

Apresento aqui o caso de uma cliente com a intenção de esclarecer a forma de nos relacionarmos com o mundo. O processo terapêutico com a bioeletrografia estimula a vontade de fazer mudanças.

Cliente “B”: 20 anos, estudante, sexo feminino. Principais queixas: ansiedade, medos indefinidos, transpiração excessiva, dores na coluna e intensificadas na lombar. Técnica utilizada: Florais de Bach e Estabilização Energética.

blog_07

Foto I – realizada na 1ª sessão. A foto indica um caso de depressão profunda. Iniciamos o tratamento com Florais de Bach, em nível profundo de consciência, por dez dias.

Foto II – realizada ao final da 3ª sessão. A cliente apresentou-se inquieta e agressiva em suas respostas. A foto indica sentimento de culpa, ocasionando uma alteração bioquímica e uma disfunção hormonal. Suas mãos transpiravam excessivamente. A cliente feria-se com as unhas, arrancando as casquinhas dos ferimentos nos braços.

Foto III – realizada ao final da 8ª sessão. De acordo com o que foi percebido na foto anterior, trabalhamos a recomposição da energia vital. Além disso, sugeri a visita ao médico para avaliação de sua saúde física. Ao longo das sessões, o sentimento de culpa foi trabalhado e conduzido de forma que ela pudesse perceber a origem de seu desgaste. A foto acima nos indica uma ligeira recuperação de energia vital, com muitos conflitos (resultados de pensamentos e sentimentos desarmônicos).

Foto IV – realizada na 15ª sessão. Nesta sessão, a senhora “B” conseguiu falar sobre um segredo que guardava há tempos e que lhe causava um enorme sofrimento: a existência de um irmão fora do casamento dos pais. Sentia-se angustiada e com remorso por esconder esse fato de sua mãe.

Foto V – realizada na 18ª sessão. Após a 15ª sessão, a cliente conseguiu conversar com o pai sobre a existência do irmão fora do casamento e mostrar como se sentia em relação à mãe. Entendeu que essa situação pertencia aos seus pais e que ela nada poderia fazer para mudar esse fato. A foto acima nos mostra a recuperação de sua energia vital, o equilíbrio adquirido aos poucos e o alívio do peso que carregava por manter esse segredo. Após entender tudo isso, suas dores foram desaparecendo e ela voltou a ter qualidade de vida.

Texto revisado por Juliana Alexandrino



A Ciranda Bioquímica

blog_06b

“A vida feliz consiste na tranquilidade da mente.” Cícero

A mente é capaz de construir e destruir. O padrão mental é responsável tanto pela saúde quanto pela doença. Ele atua sobre as glândulas e demais sistemas do corpo, podendo organizar/desorganizar todo o metabolismo. Proporciono aqui, aos leitores, o estudo de caso da senhora a quem chamarei de “A” (a fim de manter sua identidade em sigilo) apresentado no programa “Encontro Marcado” da RedeTV!, durante entrevista com Gasparetto realizada em 29 de setembro de 2006.

Senhora “A”:  42 anos, professora, divorciada, sem filhos. Encaminhada à psicoterapia pelo seu psiquiatra. Tomava antidepressivo há dois anos. Queixa principal ao chegar ao consultório: esgotamento mental, sem vontade de viver, solidão, pesadelos e sono irregular.

Técnicas utilizadas: 1. Florais de Bach para desobstrução da energia nervosa e dos chacras, desalojando memórias. 2. Psicoterapia utilizando o conteúdo dos sonhos.

Acompanhamento do atendimento através da Bioeletrografia.

A senhora “A” chegou ao consultório com o olhar parado, triste. Eu a fotografei antes de conhecer sua dinâmica. Segundo o relato da paciente, sentia solidão e medo de morrer sozinha. As pessoas não se relacionavam bem com ela e ela fazia de tudo para ser aceita. Tem uma irmã dois anos mais nova e teve uma infância triste, por razões que ela desconhecia.

blog_06a

Foto I – realizada no início da 1ª sessão. Melancolia profunda, tristeza, autoestima baixa, força de vontade fraca. Iniciamos o tratamento com o uso de florais, em nível profundo de consciência, por dez dias. Somente após esse período é que teríamos a 2ª sessão.

Foto II – realizada ao final da 3ª sessão. Forte energia sexual, carência afetiva, intoxicação por cigarro e medicamento. Nesta sessão, foi feita a mobilização da energia nervosa, bem como dos blocos de memórias armazenados na musculatura e nos chacras.

Foto III – realizada ao final da 8ª sessão. Recuperação da energia vital e visualização de inveja/ciúme. Na sessão seguinte, o trabalho foi conduzido para que ela encontrasse, dentro dela, esses sentimentos. Deu-se conta de que passou a vida tendo ciúme da irmã mais nova, pois acreditava que os pais gostavam mais dela. Achava-a mais bonita e dinâmica, muito esperta e que sempre se sobressaía em tudo. O médico havia diminuído a medicação.

Foto IV – realizada ao final da 15ª sessão. Nas sessões anteriores, foi trabalhado o ciúme/inveja que sentia da irmã e de outras situações, já que o sentimento ainda existia dentro dela. Houve um aumento significativo da energia vital e uma percepção ampliada da situação que a deixou esgotada durante muitos anos. Estava saindo com um colega de trabalho. Relatou que o médico havia suspendido a medicação.

Foto V – realizada ao final da 22ª sessão. Recuperação total da energia vital, conscientização de sua experiência, energia sexual adequada, equilíbrio das energias internas (Yin e Yang). Alta na 23ª sessão.

Tempo total: 4 meses de tratamento, com sessões semanais. Podemos concluir que a famosa frase “conhece-te a ti mesmo”, atribuída ao filósofo grego Sócrates, é uma inexorável verdade e que, definitivamente, conhecermos o nosso eu promove a autolibertação.



TVP e o feeling do terapeuta II

13_03

“Educar a mente, disciplinando a vontade, constitui o passo inicial para extirpar as causas das aflições, infundindo responsabilidades atuais, geradoras, por sua vez, de novos resultados saudáveis para propiciar o futuro bem-estar a que se está fadado.”
Joanna de Angelis (psicografia de Divaldo Pereira Franco)

Compreender os mecanismos do pensamento e da emoção promove o conhecimento de si mesmo. No consultório, existem casos de dores e pânico em que não se encontram causas clínicas. Antes de iniciar um tratamento direcionado às vidas passadas, o terapeuta deve sondar sobre eventuais acidentes, traumas e estados de inconsciência.

Há casos em que o cliente passou por momentos traumáticos e sua mente registrou, em estado alterado, pensamentos, verbalizações, emoções distorcidas das pessoas que estavam ao seu redor… Devido a alteração da consciência, essas mensagens agem como um comando hipnótico. As dores podem ser o resultado de um acúmulo de vibrações geradas por uma pancada, por exemplo. Então, a pessoa sente dores no local e nas regiões abaladas. Chamamos isso de “resíduos psicossomáticos”.

Vou contar o caso de Maria. Queixava-se de uma raiva que sentia da sua mãe, pois acreditava que ela superprotegia o irmão, e tinha certeza de que não sentia ciúme deles… Tentava de todas as maneiras relacionar-se bem com a mãe, mas sempre sentia um ar de cobrança dela. O irmão a procurava somente quando precisava de algo e ela sempre o atendia prontamente. Quanto mais tentava negar e justificar seus sentimentos, mais fortes eles se tornavam.

Já havia feito outras terapias, sem obter sucesso. Queria a qualquer custo fazer regressão à vida passada para encontrar as causas deste sentimento.

Sentia dores de cabeça, no pescoço, na região do rim direito, no joelho direito, e uma sensação de nó na garganta. Sondei algum momento traumático, acidente, estado de inconsciência, como pancadas e anestesia geral… Revelou que aos 12 anos sofreu um acidente de bicicleta, mas o que sabia era somente o que haviam lhe contado, pois, na época, ficou desacordada por muito tempo. Lembrava-se de ter quebrado o braço, cortado os joelhos, a sobrancelha e ficado desfigurada, já que também ralou o rosto em um muro chapiscado. De acordo com o médico, teria que fazer várias plásticas para conseguir reconstituir o seu rosto.

Iniciada uma pesquisa sobre o evento, ela lembrou que sua mãe a deixou na casa da avó e, antes de ir embora, ordenou que não andasse de bicicleta na rua porque era muito perigoso. Ela tinha muito medo de que algo de ruim acontecesse aos filhos.

Sua mãe mal virou a esquina e Maria se juntou a uma amiguinha para passear de bicicleta na rua. Ela assumiu o controle da bicicleta, enquanto amiguinha ia na garupa. Lembra-se de estar descendo uma ladeira quando percebeu que os freios não funcionavam. A partir daí, não se lembra de mais nada.

Assim, o trabalho de sondagem física foi iniciado e, posteriormente, o de terapia regressiva (não confundir com a TVP). Muitos conceitos do período de inconsciência foram resgatados.

Pela localização das dores e de seus reflexos, chegou-se até o momento do trauma.
Ela não conseguia ver, sentia uma grande angústia, sua respiração estava ofegante. Realizada a dissociação, foi solicitado que ela subisse e ficasse fora da cena, vendo de cima, mas isso ainda era muito difícil. Ela foi se afastando cada vez mais, até que conseguiu ver uma enorme nuvem escura.

Perguntando o que era aquela nuvem e de quem era aquela nuvem, imediatamente ela respondeu: “É medo, ouço minha mãe gritar.  É pavor, é a nuvem é dela, é o medo dela”.

Então, perguntei se havia necessidade dessa nuvem permanecer e o que ela gostaria de fazer com a nuvem. Maria disse que desejaria eliminá-la.

Aos poucos, a nuvem foi clareando. Maria sabia que ela não lhe pertencia. A imagem do acidente foi ficando real, os detalhes puderam ser vistos, os comentários das pessoas que a socorreram foram ouvidos, pôde ver o resgate e o trajeto até o hospital (de maneira dissociada, fora da cena). Ao chegar no hospital, teve a sensação de estar dentro da ambulância. Quando a porta abriu, viu o enfermeiro e a mãe. Lembrou-se dos olhos de pavor da mãe e de sua fala: “O que você fez comigo?” O choro preso há 34 anos veio à tona compulsivamente, até que esgotou toda aquela emoção. Foi uma catarse (alívio-compreensão).

Para o fechamento da sessão, Maria foi fazendo conexões, fato que promove a libertação, a higienização e a cicatrização da ferida (trauma): com medo de perder o controle de tudo, mesmo inconsciente, ela não soltou o guidão da bicicleta ao bater no veículo e saltar por cima dele, até se chocar com o muro. A sensação que teve foi de não haver tempo a perder ao escutar os policiais que a socorreram gritarem: “corre, corre, não perca tempo!”

Maria sempre teve medo de perder a consciência e nunca experimentou nada que lhe alterasse a percepção.  A culpa que sentiu em desobedecer a mãe e por tê-la feito sofrer, fez com que ela voltasse aos seis anos: quando estava no quintal de sua casa e sentou em um cobertor que estava estendido no varal para se balançar e o muro, em que o arame do varal estava preso, caiu na cabeça de seu irmão. Na cena, reviu a mãe com ele no colo, ensanguentado, e a afirmação: “viu o que você fez com seu irmão?”

Percebeu que sempre estivera preocupada com o irmão e seu bem-estar; sentia-se deprimida quando o irmão não estava bem, como se precisasse, a qualquer custo, fazer algo por ele. Compreendeu que ele também acreditava que ela era culpada. As dificuldades de vida da mãe tornaram-na muito medrosa, o que implicou impor seu medo aos filhos.
Iniciou-se a reconciliação da criança com ela, já adulta, com a mãe e com o irmão. Libertando-se, acolheu finalmente a criança que passou 34 anos se sentindo desesperadamente culpada.
Depois do amadurecimento das emoções acessadas, após algumas sessões (semanas) libertou-se, também, das dores, da angústia que sentia sem motivo aparente, da preocupação excessiva com o irmão e da raiva da mãe. Manifestou vontade de estar junto dela.

É provável que haja vínculos com um passado remoto. Entretanto, o entendimento das relações desta existência é muito significativo até mesmo para facilitar a experiência, se houver ainda a necessidade, de uma regressão às vidas passadas. As mensagens acessadas em estado alterado de consciência podem se manifestar na experiência de regressão às vidas passadas como uma “outra consciência”, uma presença. Aprender a se posicionar diante das adversidades do presente faz ressonância com o passado. Cada passo dado em direção ao amadurecimento é luz para se desenvolver e se libertar do passado que compromete a qualidade de vida no agora.